Com a crescente preocupação sobre a queda de cabelo, particularmente entre as mulheres, é vital entender os aspectos do ciclo capilar e identificar sinais de anormalidades. A alopecia, um termo clínico para a perda de cabelo, afeta cerca de 40% das mulheres, um número significativo que necessita de atenção.
Cada indivíduo possui aproximadamente 150 mil fios de cabelo no couro cabeludo, que passam por um ciclo contínuo de crescimento, repouso e queda. Na fase de crescimento, conhecida como anágena, o cabelo cresce cerca de um centímetro por mês por um período de dois a seis anos. Esta fase é seguida por uma fase de repouso de duas a quatro semanas, culminando na fase de queda ou fase telógena. Em um momento normal, 90% dos cabelos estão crescendo e 10% estão em queda. Assim, é considerado normal perder até 100 fios de cabelo por dia.
No entanto, é fundamental prestar atenção em sinais de desequilíbrio neste ciclo, como perda de cabelo súbita e acentuada, áreas de calvície e diminuição do volume do cabelo. Nesses casos, é altamente recomendado procurar aconselhamento de um dermatologista.
Em termos de causas, a perda de cabelo em mulheres pode ser complexa, com fatores que vão desde o estresse, deficiências nutricionais, até doenças infecciosas. Alguns gatilhos comuns incluem:
Pós-parto: a queda de cabelo pode aumentar de dois a três meses após o parto, mas normalmente resolve-se por completo.
Febre alta, infecções graves e grandes cirurgias: estas situações podem levar à queda de cabelo entre quatro semanas a três meses após o evento.
Doenças da tireóide: podem ser diagnosticadas por exames laboratoriais, com o tratamento adequado podendo corrigir a perda de cabelo.
Uso de medicações: certos medicamentos, como os usados para tratar depressão, gota, artrite e acne, podem contribuir para a queda de cabelo.
Dietas inadequadas: dietas que levam a deficiências de proteínas podem causar queda de cabelo.
Baixo nível de ferro no sangue: pode ser diagnosticado por exames laboratoriais e tratado com suplementos de ferro.
Infecções fúngicas: tratável com medicação oral.
Alopecia areata: caracterizada por áreas arredondadas totalmente sem cabelo.
Calvície hereditária: mulheres com essa condição desenvolvem cabelos ralos, mas não ficam totalmente calvas.
Cosméticos e cuidados inadequados: alguns tratamentos químicos podem danificar o cabelo, tornando-os fracos e quebradiços.
Portanto, se você perceber uma queda de cabelo mais acentuada, é crucial buscar aconselhamento de um dermatologista, especialista em cuidados capilares e cutâneos. O médico irá avaliar a situação considerando diversos fatores, como dieta, medicamentos, histórico familiar, doenças recentes e cuidados regulares com os cabelos. Ele irá sugerir exames laboratoriais, se necessário, e propor o melhor tratamento para o seu caso.
Principal fonte científica: MELO, Daniel Fernandes et al. Minimally invasive procedures for the management of female pattern hair loss. Journal of Cosmetic Dermatology, v. 21, n. 11, p. 5405-5408, 2022.